Autor: Agnete Friis & Lene
Kaaberbol
Nº
de páginas: 256
Editora: Arqueiro
Série/Saga: Nina Borg #1
Nota:
3,5/5
A produção policial nórdica (ou escandinava) traz consigo um
elemento que considero muito interessante. Uma espécie de valor social. São
livros provenientes de países em que as taxas de criminalidade e violência são
muito reduzidas – supondo um “modelo” de sociedade -, e daí os romances
policiais cumprem a tarefa de colocar em questão os dados. Mostrando que apesar
dos “bons números” subjaz nessa sociedade um mundo obscuro.
Em O menino da mala somos apresentados à
enfermeira da Cruz Vermelha, Nina Borg. Nina é uma mulher que se entrega de
corpo e alma a profissão que escolheu exercer. E para tanto, ela não mede
esforços para salvar vidas, mesmo que com isso coloque em risco a sua própria
vida. É está mulher que diante do pedido de uma amiga vai ao metrô buscar uma
mala misteriosa. Encontrando dentro dessa mala um menino, nu e drogado.
A descoberta do “menino da mala” automaticamente ativa o sensor de proteção de Nina, e quando ela
percebe que existe outra pessoa, um gigante permeado de ódio, atrás do menino
ela não hesita em fugir e buscar, ela mesma, cuidar da situação.
Mas as coisas vão ficando
cada vez mais delicadas. E sua amiga, que havia lhe pedido para buscar a mala,
é brutalmente assassinada. Para deixar as coisas mais interessantes, o menino,
que parece ter cerca de três anos, não fala o mesmo idioma da enfermeira. Segue-se
uma fuga desesperada para salvar o garoto.
Apesar da centralidade do
papel da Nina Borg, a trama não se resume a ela. Conhecemos desde o início uma
mãe solitária que vive somente para seu filho, um empresário que passa por
dificuldades para realizar um “negócio” e um brutamonte tão cruel quanto
inocente. Essa mãe que passará da solidão para a desolação tem espaço especial
no livro.
Nina Borg a princípio me
pareceu um tanto quando descompensada. Ela age simplesmente por impulso.
Instinto é o que a move. Dado esse comportamento, em certos momentos errante,
ela se mostra uma personagem complicada. Mas apesar de suas ações impensadas é
possível perceber que sua propensão imparável para o perigo e pela tentativa de
salvar vidas reside em um aspecto bastante particular de sua história.
Como indicado no começo,
os romances provenientes desses países tendem a evidenciar maculas sociais. E
neste aspecto, O menino na mala é feliz. Aqui vemos desvelada a problemática do
tráfico de crianças, dos complexos problemas com a imigração - questão que
parece ainda insolúvel nessa parte do mundo. Satisfeita essa
característica, está ausente nesse livro uma especificidade quase dominante na
produção nórdica, o inverno rigoroso. Inversamente, a história se passa em
pleno o verão. Não que isso constitua ponto negativo, apenas diferente.
Quanto a capa é necessário dizer que é um dos projetos gráficos mais legais da editora. E consegue ser ainda mais agradável pessoalmente. Uma bela capa.
Ao fim, me parece que O
menino na mala, embora não traga a “primeira linha” do romance policial nórdico
- é bom se manter longe de comparações com Stieg Larsson - cumpre seu papel de
forma exitosa. É um bom livro.
Evellyn · 724 semanas atrás
E tb tem um filme que quero ver ^^
bjs
Juan Warley 71p · 724 semanas atrás
Kate · 724 semanas atrás
http://conversandocomdragoes.blogspot.com/
Lara · 724 semanas atrás
Juan Warley 71p · 724 semanas atrás
vanessa · 723 semanas atrás
Poxa que bacana suas novas aquisições, gostei. Sou louca pra ler esses livros da série Amanhã, parecem ser bons. Boa leitura e vou aguardar as resenhas (:
Beijos, Vanessa.
This Adorable Thing
Regiane 55p · 723 semanas atrás
Beijinhos
Rê
Ler e Almejar