myfreecopyright.com registered & protected

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Editora Saída de Emergência aporta no Brasil

, , , 0






O mercado editorial brasileiro vem crescendo nos últimos anos. E como consequência disso o número de novas editoras têm se elevado. Nesse sentido, aporta no Brasil, em setembro, a editora Saída de Emergência (facebook), em parceria com a editora Sextante.

Já para setembro a editora anunciou o lançamento do título “Mago – O Aprendiz”, de Raymond E. Feist, primeiro volume da Série Mago, aclamada no círculo da fantasia. A editora também adiantou que lançara “A Corte do Ar”, de Stephen Hunt e “Tigana”, de Guy Gavriel Kay, ainda este ano.



Não perca a obra-prima da fantasia. Um mundo genial, intriga política, e o nascimento de personagens inesquecíveis.
Na fronteira do Reino das Ilhas, existe uma cidade tranquila chamada Crydee. Nessa cidade, vive um rapaz órfão de nome Pug. Trabalhando nas lides do castelo que o acolheu, ele sonha com o dia em que se tornará um guerreiro valoroso ao serviço do rei. Mas o destino troca-lhe as voltas e o franzino Pug acaba por tornar-se aprendiz do misterioso Mago Kulgan. Nesse dia, o destino de dois mundos altera-se para todo o sempre. Subitamente a paz do reino é esmagada, sem piedade, por misteriosas criaturas que devastam cidade após cidade. Quando o mundo parece desabar a seus pés, Pug percebe que apenas ele poderá mudar o rumo dos acontecimentos, penetrar as barreiras do espaço e do tempo, e dominar os poderes de uma nova e estranha magia... Esta é uma viagem por reinos distantes e ilhas misteriosas, onde irá conhecer povos e culturas exóticas, aprender a amar e descobrir o verdadeiro valor da amizade. Mas, no seu caminho, terá de enfrentar tenebrosos perigos e derrotar os inimigos mais cruéis. (sinopse da edição portuguesa)

O catálogo da editora é marcado pela forte presença de títulos de fantasia, como indicam os lançamentos previstos para este ano. É também responsável pela publicação de As Crônicas de Gelo e Fogo, em seu país. Além disso, a Saída de Emergência pretende trazer para o Brasil a Revista Bang!, uma publicação quadrimestral que trata do universo fantástico (contos, ensaios, entrevistas, e mais). E o mais interessante, é grátis. Só a título de curiosidade, a edição nº11 conta com entrevistas de Justin Cronin (Trilogia A Passagem) e Robin Robb (do recém-lançado O Aprendiz de Assassino). Para os interessados, o acesso à versão portuguesa também é livre, acesse o link.

edição nº11


Parece que a editora promete reforçar o catálogo fantástico nacional. Os fãs agradecem.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

É preciso abandoná-los

0







Complexo de culpa: essa é a forma como se pode designar o sentimento quando se abandona um livro pela metade. É verdade, existe um estigma sobre esse tipo de comportamento, como se fossemos obrigados a finalizar a leitura de um livro que iniciamos. 

Eu, enquanto leitor, nos últimos anos, apresentei manifestações desse complexo, de forma que não largo uma leitura incompleta há muito tempo. Recentemente, lendo certo livro, me vi diante de um dilema: rejeitá-lo ou continuar a leitura por pura teimosia. No primeiro caso, essa opção foi considerada porque o livro não estava me agradando, era algo bem diferente do que eu esperava; descartável, na verdade. Quanto ao segundo, era a expressão inconteste da necessidade de completude.

Bem, parei para pensar, eu poderia sim continuar a leitura, e, enfim, concluir o livro. Mas o que eu ganharia com isso? Apenas a satisfação subjetiva de uma necessidade questionável. Quanto a abrir mão dessa leitura, eu poderia imediatamente me lançar na leitura de algo mais interessante, substancial e útil.


Então, não apenas sobre esse livro – que decidi por fim abandonar – cheguei a uma conclusão: livros que nada tem a oferecer devem ser abandonados sem qualquer remorso. Complexos de culpa – dessa natureza específica – podem ser superados, mas o tempo perdido em uma leitura infrutífera pode significar o abandono indireto de algo mais valioso. 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Bruxos e Bruxas (James Patterson e Gabrielle Chabornnet)

, , , , , 0








Livro: Bruxos e Bruxas
Autor: James Patterson e Gabrielle Chabornnet
Nº de páginas: 288
Editora: Novo Conceito
Série/Saga: Witch e Wizard #1
Nota: 3/5








James Patterson é mais conhecido, no Brasil, por suas séries policiais: Alex Cross e O Clube das Mulheres Contra o Crime. Mas, como já executa nestas séries, o autor constantemente se associa a outros escritores para dar seguimento as suas tramas. Em Bruxos e Bruxas, a parceira é Charbonnet.

Os irmãos Whit e Wisty Allgood, são em uma noite subitamente arrancados de sua casa e enviados para uma prisão de segurança. A acusação que pesa sobre eles é de serem bruxos. Mas, não é apenas com eles que isso ocorreu. Um novo regime, encabeçado pela Nova Ordem, tem decretado o aprisionamento de uma série de crianças e adolescentes sobre essa mesma acusação.

Os dois jovens se veem então jogados em uma espiral de confusão e perigos. A Nova Ordem assume caracteres de um regime totalitário, e passa a ser extremamente rígida no tratamento de seus prisioneiros - em sua maioria crianças.

Embora inicialmente desconheçam os reais motivos da acusação de bruxaria, logo eles começam a apresentar evidências de não serem totalmente “normais”. Ocorrendo frequentemente situações que não podem explicar. Uma vez tomada à consciência de seus potenciais poderes, Whit e Wisty passam a procurar meios de se verem livres da Nova Ordem, e procurar seus pais. 

James Patterson, em sua associação com Charbonnet, mostra-se de um autor flexível. O autor, conhecido por suas tramas policiais rápidas. Consegue desenvolver uma trama – que é uma mistura simples de distopia com sobrenatural – com uma facilidade e celeridade notáveis. É, ainda, possível traçar paralelo entre os outros trabalhos de Patterson e este - dadas as devidas proporções. A velocidade é o elemento comum. Os capítulos curtos e dinâmicos são um convite ao leitor para que a leitura continue, de forma que, a finalização se aproxima rapidamente.

Quanto aos personagens, os autores os nutriram de personalidades curiosas, cada um se manifesta à sua forma diante das diferentes situações. Seja Whist em suas manifestações bem humoradas e assustadas durante os momentos em que se incendeia. Ou mesmo Whit, em suas apresentações menos recorrentes e atrapalhadas.

O cenário do livro é constituído por um governo totalitário que assume o poder e passa a controlar e reprimir a sociedade. O que destoa, é o fato de serem os personagens dotados de habilidades, digamos...peculiares. E, também, por serem as crianças as principais vítimas do regime. 

Todavia, apesar desse cenário presumivelmente obscuro, a história se encaminha muito mais no sentido de realçar as aventuras dos irmãos, do que adentrar outros caminhos possíveis. Assim, fica um livro com um tom leve, irremediavelmente engraçado e divertido. O que permite acrescentar o potencial da história de agradar, especialmente, o público mais jovem.


segunda-feira, 29 de julho de 2013

Os Impostores (Chris Pavone)

, , , 0







Livro: Os impostores
Autor: Chris Pavone
Nº de páginas: 336
Editora: Arqueiro
Série/Saga: -
Nota: 3/5












 - Depois de ver certas coisas – tinha dito -, nunca se consegue esquecê-las.Se você não quiser vê-las pelo resto da vida, é melhor começar por não olhar. p. 101
Os personagens são invariavelmente um dos elementos de sustentação de um livro. Claro, que outros mais se somam, como: o enredo, a inventividade, a qualidade da narrativa, dentre outros. Em Os impostores, uma dessas qualidades não parece estar muito adequada.

Kate More é casada e mãe de dois filhos. Uma cidadã americana, que como seus compatriotas, vive com uma renda apertada e o marido, embora competente, não parece ser muito ambicioso.

Em meio a tudo isso, ela acaba se desdobrando em um trabalho que, moralmente, há consome cada dia mais. E a rotina de continuar mentido para o marido, vivendo uma vida cheia de mentiras parece prestes a chegar ao fim.

Seu marido, Dexter, um especialista em sistemas de segurança bancária, recebeu um proposta de um bom emprego, em Luxemburgo, com uma ótima remuneração. Com isso, Kate se vê diante da possibilidade de abandonar seu emprego, sair de Washington, e viver uma nova vida.
Mas todo mundo tem segredos. Parte de ser humano é ter segredos e sentir curiosidade a respeito dos segredos dos outros. [...] As coisas horríveis que as pessoas pensam e fazem, os pontos baixos de sua vida. p. 139
Mas quando finalmente se aloca em sua nova vida, seus antigos anseios, de dona de casa, viver mais com os filhos, abandonar as mentiras compulsórias, parece não ser mais suficiente. O que é agravado pelo novo emprego do marido, que o obriga a se afastar da família, sem dizer à esposa quem é seu empregador e qual é seu trabalho.

Apesar dos percalços, Kate tenta se adaptar às circunstâncias e fazer amigos. Outro casal americano surge, e uma nova amizade começa a se formar. Porém, para Kate que por muito tempo não confiou inteiramente em estranhos, esse casal parece não ser quem realmente afirma. E mesmo seu marido parece guardar segredos. Kate, então, decide empreender uma investigação e descobrir se antigos fantasmas resolveram retornar para ameaça-la.

Os Impostores é um romance policial que chega a ser inteligente, Pavone constrói uma trama que até certo ponto é intrigante, e consegue arquitetar um caminho um tanto quanto curioso. Entretanto, Kate, personagem sobre qual a narrativa em terceira pessoa focaliza, tem algumas deficiências. Primeiro, o foco nela é demasiadamente intenso, e para deixar as coisas menos interessantes ela é uma personagem inconsistente; e não digo no sentido de contraditória.

A mulher que Kate aparenta ser, perturbada e por vezes ameaçadora, não parece condizer com suas ações. Como se um profissional que por anos executou com sucesso sua função, e de súbito comete uma série de equívocos, com alguns arroubos de competência. Isso não me parece consistente.

Talvez se o livro fosse menor, e as insatisfações de Kate menos recorrentes, bem como outros personagens fossem contemplados - utilizando de melhor forma a narrativa em terceira pessoa – Os impostores fosse um thriller melhor.

Embora apresente essas deficiências, de todo perceptíveis, é possível depreender algo de positivo do livro. Na terça parte final, a história ganha fôlego e, descobertos os segredos mais óbvios, o leitor consegue entrever um cenário menos esperado, e a trama caminha para um final que gera surpresa. Assim, Os impostores, pode ser qualificado, no máximo, como um bom suspense.
Estou falando dos tipos de fraquezas que fazem os seres humanos baixarem a guarda. Confiarem em pessoas em quem não deveriam confiar. p. 153





quarta-feira, 24 de julho de 2013

Os melhores do primeiro semestre de 2013

0







Parece fazer parte de uma tradição implícita: todo fim de ano, os blogs literários elegem suas melhores leituras. Mas é bem verdade, que conforme os anos vão passando, as leituras vão se tornando cada vez mais intensas, e a tarefa derradeira do clássico top 10 torna-se, quase, inexequível.

Esse ano tem sido um tanto quanto diferente dos outros, como leitor adentrei por terrenos desconhecidos, e, admito, tenho feito descobertas valorosas. Tendo isso em vista, acredito que ao fim do ano à tarefa de selecionar os melhores do ano será a mais difícil de até então. Com o intuito de busca amenizar essa situação, resolvi, na metade do ano, falar um pouco das melhores surpresas do primeiro semestre.

Kafka. Este autor foi deliberada e concretamente a experiência mais perturbadora que já tive enquanto leitor. Minha primeira incursão no mundo kafkiano ocorreu com A Metamorfose. E, desde então, não consigo me livrar do impacto da obra labirintica de Kafka. Posteriormente, a impressão kafkiana foi acrescida da compilação de contos do autor em que consiste o livro Essencial Franz Kafka.

Outro autor que muito apreciei foi Charles Bukowski, com Misto-Quente. Está não foi minha primeira experiência com o “velho safado”, já havia me habituado a sua narrativa sem rodeios na leitura de alguns contos de sua autoria. Contudo, confesso que a construção de Henry Chinaski, alter ego de Bukowski, me proporcionou uma experiência mais consistente.

Ainda na seara dos clássicos, Pais e Filhos, de Ivan Turgueniev; e Cândido, ou o Otimismo, de Voltaire, foram, também, leituras que se provaram a altura do esperando. Para finalizar, retomei a leitura de clássicos nacionais e arrisquei com Capitães da Areia, de Jorge Amado. Quanto a isto, só posso dizer que os exemplares nacionais ganharam espaço de maior relevância na infindável lista de leituras.

Entre os representantes contemporâneos destaque para Avisita cruel do tempo, de Jennifer Egan. Este livro inova tanto na descontinuidade da narrativa, quanto nas inovações que nela se executam. Soma-se a isso uma história que segue um caminho tortuoso desembocando em um final tanto inesperado, quanto curioso.

O dominador, de Tess Gerritssen; e Feche bem os olhos, de John Verdon, são os representantes policiais. A primeira, uma autora que agrega o melhor do gênero; e Verdon, o que dizer de um autor que constrói personagens e histórias complexos e mistérios surpreendentes.

Para finalizar, um símbolo da não ficção, Lincoln, de Doris Kearns Goodwin. Ainda que tenha sido mutilado na versão nacional, o que podemos entrever da obra de Goodwin é um retrato de um período turbulento, que teve como figura central um presidente vivaz e consciente de seu papel. A narrativa da autora, cheia de sensibilidade, e empregando de forma exitosa citações diretas, são pontos que contribuem sobremaneira para a qualidade do livro.

Claramente que como lista que é, ignora e é injusta com alguns livros. Mas os livros aqui elencados são apenas a parcela de uma trajetória que a cada dia segue caminhos mais inusitados e curiosos. E que boas surpresas surjam neste segundo semestre.