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terça-feira, 12 de novembro de 2013

A Síndrome [E] (Franck Thilliez)

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Autor: Franck Thilliez
Nº de páginas: 368
Editora: Intrínseca
Série/Saga: Frank Sharko 3
Nota: 4,5/5











“O equilíbrio de um policial é muito frágil. É como uma casa de noz que se abre gradualmente, a golpes de perseguições e cenas de crime.” p. 166

É notável o que se pode fazer com um romance policial. Os autores têm diante de si uma enormidade de universos para serem explorados, e em cada um destes há inumeráveis possibilidades. Mas nem todos os autores conseguem explorar tramas mais complexas, que adentram cenários inusitados. Certamente, este não é o caso de A síndrome [E], pelo contrário.

A tenente da polícia judiciária Lucie Henebelle recebe uma súbita ligação de um ex-namorado dizendo estar cego após assistir um curta metragem. Do outro lado da França, cinco corpos mutilados, sem o cérebro, os olhos e demais partes, são desvendados acidentalmente em uma escavação. O comissário Franck Sharko é requisitado para acompanhar as investigações.

Dois casos aparentemente sem qualquer conexão, separados por quilômetros. Mas Henebelle a pedido de seu ex resolve assistir o mesmo filme, e descobre estar diante de algo aterrador. Um filme que só poderia ter sido concebido por uma mente perturbada e doentia. Na tentativa de desvendar o rastro do filme a jovem tenente acaba entrando em contato com um misterioso informante canadense que sugere uma ligação entre os corpos mutilados e o curta-metragem. Com essa descoberta os caminhos de Sharko e Henebelle se encontram.

“[...] Matar a sangue-frio não é um ato fácil. É preciso controlar suas pulsões, combater o que a sociedade, a religião e a consciência proíbem. Recalcar os próprios fundamentos do espírito humano. Mas eles tinham eliminado, retirado os olhos e estripado um homem [...] Que tipo de desajustado escondia-se por trás daquele crime? Qual sua motivação para transgredir os limites àquele ponto?” p. 103

Apesar da possível ligação as evidencias indicam um caminho difícil. O curta-metragem foi gravado a mais de 50 anos, os crimes ocorreram recentemente, e excluída a pista apontada pelo incógnito canadense, nada liga os dois acontecimentos. Mesmo assim os dois investigadores exploram o que eles têm a mão, e quando o filme começa a demonstrar um rastro de assassinatos cruéis, uma busca mais intensa se põe em movimento. Com isso, os investigadores se lançarão em diferentes continentes perseguindo pistas obscuras e, por vezes, perigosas. Até se verem diante da Síndrome [E], algo que parece convergir com a mais profunda obscuridade humana.

Frank Sharko é um policial experiente, na casa dos 50, que sofre de esquizofrenia. E apesar da doença não conseguiu se manter longe da profissão. Talvez porque não lhe reste mais nada. A profissão lhe sugou tudo, a vida e a família. Um homem que há muito cedeu, viu-se lançado em um poço que não sabe se conseguirá emergir. Apesar de tudo, ainda é um homem inteligente, que não respeita as regras e resolve seus casos.

Já Lucie Henebelle está em ascensão, é uma boa policial, ainda que sua tendência a insubordinação não tenha passado indelével. Mãe de duas meninas, e sem um companheiro, ela se vê cada vez mais afastada da família e consumida pela profissão; que parece enredá-la de forma irresistível.

O mistério a ser desvendado é construído de tal forma a sugar o leitor. Não apenas por se tratar de algo de difícil resolução - que obrigatoriamente tem de ser - mas também por ser atraente ao leitor. Os detalhes, a condução e os segredos que se encontram por trás da película conduzem o leitor de forma interessada durante todo o livro.

Inteligente. Inventivo. Complexo. São palavras que se adéquam ao excelente trabalho de Frank Thilliez. O autor concebe um livro que vale a pena ser lido. 

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