myfreecopyright.com registered & protected

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Lincoln (Doris Kearns Goodwin)

, , 0











Livro: Lincoln
Autor: Doris Kearns Goodwin
Nº de páginas: 322
Editora: Record
Série/Saga:  -
Nota: 5/5









É impossível falar de Lincoln, o livro, sem citar Lincoln, o filme, afinal, foi graças à adaptação cinematográfica que o livro foi lançado no Brasil. 

Primeiro assisti o filme, e tenho que admitir que ele foi merecedor de cada uma de suas 12 indicações ao Oscar, em especial, a de melhor ator, com atuação impecável de Daniel Day-Lewis, como Lincoln.

Mas vale uma pequena anedota, ambos, o filme e o livro, são de grande qualidade, mas não devem ser comparados, os objetivos foram diferentes; enquanto o filme dá ênfase à aprovação da 13º emenda, que aboliu a escravidão, e foca no presidente. O livro faz isso, mas ultrapassa esse acontecimento, abarcando desde o processo da pré-candidatura ao fim trágico da vida do presidente, dando também mais espaço para a “família política” de Lincoln.

Terminada essa nota introdutória, agora focando apenas no livro, é preciso dizer que Doris Goodwin fez um trabalho primoroso. Lincoln, o livro, é uma biografia, mas também é um livro que transcende o elemento individual para dar eco a um cenário mais amplo e caótico.

Para tanto, começamos com o processo de indicação de Abraham Lincoln como candidato do partido republicano a presidência da república. Contudo, a efetividade da indicação parecia ser uma possibilidade irrisória. O opaco e desajeitado advogado interiorano estava competindo com figuras, que com facilidade ofuscariam sua imagem. Seward, Chase e Bates. Todos os três figuras políticas proeminentes.

Mas, para surpresa geral, em meio ao embate dos três possíveis candidatos, Lincoln alcança a indicação. Esse era o passo para que em seguida, em 1860, fosse eleito o 16º presidente dos EUA.

No entanto, não seria um mandato fácil, antes mesmo de assumir a presidência os Estados Unidos estavam em crise e o início do processo de secessão havia iniciado. Logo nos primeiros meses de mandado irrompe a guerra civil americana.

Para passar pelos anos árduos que se seguiriam, Lincoln escolheu uma família política formada por homens que poderiam suplantá-lo. Mas, ele teve a sagacidade de formar um gabinete heterogêneo e formado pelos homens que competiram com ele pela indicação à presidência. Esse seria apenas o começo de um processo que tornaria, entre outros, o presidente famoso; a capacidade quase inata de converter inimigos em amigos.

Durante todo o seu mandado ele enfrentou desafios dos quais outros homens teriam declinado, desde crises políticas, a dramas familiares, e tudo isso endossado por uma guerra civil em pleno vigor. Guerra essa que marcou um dano humano na população americana que nem mesmo as 2 guerras mundiais seriam capazes de igualar.

O trabalho de Doris Goodwin foi primeiramente facilitado pela grandeza do homem que ela se propôs a tratar, e não bastasse isso ela fez seu trabalho com um esmero observável. O que logo fica claro para o leitor é o cuidado que a autora desprendeu com a pesquisa, o livro é todo preenchido por citações diretas, e sempre pertinentes, dos acontecimentos e figuras da época. Soma-se a isso uma escrita bem feita, em consonância com uma narrativa muito bem conduzida. A emoção que muitas vezes circundou os grandes acontecimentos é exposta ao leitor com um cuidado narrativo dos detalhes, que é quase palpável a aura do momento; em especial, o final trágico.

É preciso dizer que o livro não foi lançado integralmente no Brasil, a editora ofereceu apenas uma versão condensada, bem limitada em relação a americana, que excede as 900 páginas. Quanto a isso, só resta ao leitor lamentar.  

Quanto a Lincoln, o homem, a autora o apresenta em toda a sua vulnerabilidade e magnificência, pintando o quadro de um homem grandioso, benevolente, inteligente e de uma percepção e hombridade raras. Mesmo que seja passível de algum viés, há que se considerar a grandeza do homem. E, por fim, a descrição de Lincoln sobre a ótica de outro grande homem, Leon Tolstói:

“Ora, por que Lincoln foi tão grande a ponto de suplantar todos os outros heróis nacionais? Na realidade, ele não foi um grande general, como Napoleão ou Washington; não foi um estadista tão hábil, como Gladstone ou Frederico, O Grande; mas sua supremacia se expressa totalmente em sua singular força moral e na grandeza de seu caráter.” (Leon Tolstói)

"Lincoln" é um livro que merce ser lido.

                

Stay Connected With Free Updates
Subscribe via Email
You Might Also Like