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segunda-feira, 1 de abril de 2013

A Metamorfose (Franz Kafka)

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Livro: A Metamorfose
Autor: Franz Kafka
Nº de páginas: 96
Editora: Companhia das letras
Série/Saga:  -
Nota: 4/5









A Metamorfose é uma das novelas mais famosas do aclamado Franz Kafka. É um livro que apesar da escassez de páginas justifica sua posição, é uma leitura sem sombras de dúvidas, peculiar.

Essa peculiaridade encontra o leitor logo nas primeiras páginas. Gregor Samsa é um caixeiro-viajante que há algum tempo atua nessa profissão com o intuito de quitar dividas da família e quem sabe construir seu futuro. Mas, em uma bela manhã seus planos são curiosamente interrompidos, e ele se vê impossibilitado de ir trabalhar.

A causa de tamanha obstrução é que ele acordou metamorfoseado em um inseto. No entanto, apesar de sua situação desconcertante, ele não perdeu a consciência, em seu interior ele ainda é o caixeiro-viajante Gregor Samsa.

Contudo, se sua consciência não foi maculada pela transformação, sua aparente humanidade não teve a mesma sorte, sua capacidade de locomoção, e, em especial, de comunicação foi varrida.

Gregor, mesmo diante de tal infortúnio consegue encarar a situação com uma tranquilidade notável, ele ainda se preocupa com os preparativos para ir trabalhar e busca contornar os reveses de sua nova situação. Porém, sua família não parece compartilhar da mesma serenidade. E é ai que vamos passar algumas páginas entre as reminiscências de um insento-homem incapaz de se comunicar, e uma família que pouco compreende o infortúnio que se abateu sobre o filho prodígio.

Se á trama parece ser diferente, basta começar a ler para desejar chegar às últimas páginas e reconhecer as alterações e os impactos rumo ao desfecho. Nesse ponto a história assume um caráter particularmente atraente. Tudo se passa dentro das fronteiras da casa da família Samsa, especificadamente, no quarto de Gregor e na sala da casa. As mudanças que começam a operar logo que Gregor se apresenta para a família seguem um rumo inesperado. Mas é a humanidade contida no consciente de Gregor que faz de “A Metamorfose” um trunfo novelístico.

A forma como Kafka evidencia o estado de apatia diante da necessidade do rapaz de comunicação, e mesmo seus pensamentos claramente humanos, tudo isso em confronto com os instintos que agora lhe são inerentes, desde a mudança alimentar aos novos hábitos de locomoção. É essa consciência diante de um mundo que não pode compreendê-lo que o torna um personagem cativante.

Gregor Samsa tornou-se em sua monstruosidade, incompreensível para o mundo, em detrimento de todos os esforços  por aceitação de sua humanidade contida.

A narrativa é agradável à trama ao mesmo tempo diferente e cativante. Quanto ao final, não sei bem como me posicionar, sendo sua execução tão súbita quanto o início. Mas acima de tudo “A metamorfose” foi uma agradável experiência. Por hora, aguardo por mais narrativas kafkanianas. 


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