Livro: A Esperança
Autor: Suzanne Collins
Nº de páginas: 421
Editora: Rocco
Série/Saga:
Jogos Vorazes
Nota: 5/5
O desfecho da
trilogia Jogos Vorazes foi uma leitura que eu aguardei com grande curiosidade.
Não há como não criar alguma expectativa para a leitura desse livro após a
leitura dos livros anteriores, que com certeza foram volumes capazes de
surpreender o leitor. E “A Esperança” não foi diferente, Suzanne surpreende com
uma série de acontecimentos, digamos, conturbados.
O título é um
ponto que eu vi ser comentado em todas as resenhas que li, e devo dizer que se
justifica toda a crítica em torno da “tradução”. Um leitor desavisado que vê um título como
esse pode criar alguma esperança quanto ao desfecho da trama, mas esse não é um
caminho certo, a não ser que você seja um leitor que goste de ser tragicamente
surpreendido. Por fim, acho que quando decidiram colocar esse título o humor
negro estava reinando.
Panem sofreu
algumas transformações desde o primeiro volume, Katniss Everdeen promoveu uma
verdadeira revolução, e depois do final surpreendente de “Em Chamas” somos
levados a luta final pela “liberdade” dos distritos.
Mas aqui os
acontecimentos não tem a mesma ação e velocidade que prevaleceram nos primeiros 2 volumes.
Aqui a questão política recebe uma atenção maior. Katniss agora é a figura da
revolução, os revoltos têm de ver nela uma figura estimulante, afinal de contas
ela foi à chama que levou a sublevação, ela é o tordo.
Agora sobre a
proteção do até então isolado distrito 13 ela tem a tarefa de guiar a
revolução, contudo a perda de Peeta e o choque após o Massacre Quaternário são
fantasmas que constantemente estão a assombrá-la.
Uma parte
considerável do livro se passa no distrito 13, Katniss tem agora sua família
segura, mas o distrito 12 foi dizimado, sua antiga casa na qual ela morou com
seu pai não existe mais, grande parte das pessoas que ela conhecia foram
exterminadas, e ela é a única esperança daqueles que estão vivos. Os distritos
querem se libertar do regime opressor da capital, e o tordo é um personagem
indispensável.
A Esperança foi
uma leitura com certeza diferente, Suzanne foi capaz de criar uma sucessão
trágica de peso. Esse é um livro que com certeza pode desagradar leitores
desejosos de finais agradáveis, nesse livro a autora foi um tanto quanto dura
no decorrer dos acontecimentos.
Eu particularmente
sou um leitor que gosta de uma dose considerável de tragédia, na verdade, em
alguns casos, e nesse se aplica, a tragédia é mais condizente com a “realidade”
do que finais permeados de boas novas.
Katniss está
abalada, Peeta é refém da capital, Gale tenta ser o esteio de Katniss. No
volume anterior Katniss me irritou um pouco, mas nesse em especial ela chegou a
me tirar do sério, a eterna indecisão entre Gale e Peeta, as decisões
equivocadas e sua mente perturbada me renderam momentos de irritação. Mas,
felizmente, ela foi capaz de me brindar com uma decisão final que merece
respeito.
A Esperança é um
desfecho cheio de acontecimentos perturbadores, Suzanne em nenhum momento colocou seus personagens no caminho mais fácil. Tragédia é um ingrediente constante, quando o leitor pensa que as coisas estão começando a melhorar acontece algum acidente.
Portanto, esse não
é um livro que pode agradar a todos os leitores da saga, no entanto é um final,
a meu ver, condizente com a história.
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