A Fúria dos Reis (George R. R. Martin)

Livro: A Fúria dos Reis

Autor: George R. R. Martin

Nº de páginas: 656

Editora: LeYa

Série/Saga: As Crônicas de Gelo e Fogo

Nota: 5/5 - Favorito

A Fúria dos Reis é o segundo volume da série As Crônicas de Gelo e Fogo, e da continuidade aos acontecimentos que ocorreram em A Guerra dos Tronos.

Essa resenha contém SPOILER para quem não leu o primeiro livro, a resenha dele pode ser encontradada AQUI.

A morte de Robert Baratheon, Rei de Westeros, entre outros acontecimentos, trouxe uma série de conseqüências nefastas ao reino. Agora seu primogênito, Joffrey, governa, mas esse é um governo fictício, uma vez que o poder reside nas mãos da Rainha Regente, Cersei Lannister.

Cersei tem manipulado o Conselho para fazer o que lhe é conveniente, mas seus planos são interrompidos pela presença de Tyrion Lannister, o anão, seu irmão, e agora imbuído do cargo de Mão do Rei.

Toda a força do norte marcha em direção aos Lannister, tendo a frente, Robb Stark, agora Rei do Norte, também conhecido como jovem lobo, o garoto tem surpreendido seus adversários.

Em Ponta Tempestade, o irmão mais novo do Rei Robert, Renly Baratheon, convoca todo o poder da Casa Baratheon e de Jardim de Cima, da Casa Tyrell. Ele se proclamou Rei, pois segundo suas ambições, seria um rei melhor que seu sobrinho, ou mesmo, seu irmão mais velho, Stannis.

Stannis se encontra em Pedra do Dragão, e convocou toda a sua força, para derrubar o irmão e marchar sobre Porto Real. Contudo, seu contingente não é suficiente para enfrentar o poder de Jardim de Cima e Ponta Tempestade. Mas ele tem ao seu lado uma aliada importante, Melissandre de Asshai, a sacerdotisa vermelha, serva do Deus da Luz, uma mulher perigosa, que provoca temor até nos próprios soldados de Stannis.

Enquanto o Reino se divide entre esses grandes reis, antigos desafetos começam a tomar maior vulto, e mesmo senhores dotados de poderes mais limitados, vêem nessa situação uma oportunidade de emancipação e conquista de seu reino particular. Traidores estão à espreita.

Na distante muralha, o bastardo, Jon Snow, marchou juntamente com toda a força dos homens de negro para dentro da floresta em busca dos selvagens, porém coisas antes adormecidas começam a se levantar, o preço de seu juramento para a patrulha da noite se mostrará um fardo maior do que ele poderia esperar.

Do outro lado do mar, Daenerys Targaryen, Khaleesi e Mãe de Dragões, começa a se movimentar, seus 3 dragões começam a crescer, e a garota que ela fora, não mais existe, ela agora é uma mulher disposta a reaver o trono que é seu por direito.

Em meio a toda essa confusão, Arya Stark continua sua árdua jornada para tentar retornar para sua casa, e a cada dia essa tarefa tem se mostrado cada vez mais difícil. Sansa Stark, que se encontra refém de Joffrey, em Porto real, a cada dia prova um pouco mais da crueldade doentia do jovem Rei.

Reis estão em batalha, traições estão em andamento, conspirações não cessam, e um perigo a muito adormecido tem se levantado além da muralha, mas até então quem mais sofre é o povo.

Martin novamente brinda o leitor com algo surpreendente, Tyrion rouba a cena nesse livro, agora como Mão do Rei, vemos toda sua perspicácia, sagacidade e ironia tomar proporções maiores, o que lhe falta em tamanho, sobra em inteligência.

Arya continua sua árdua jornada, mas é impossível não se afeiçoar a garota, esperta, possuidora de um espírito aventureiro a garota conquista o leitor.

Em A Fúria dos Reis, as questões políticas estão ainda mais presentes, a magia começa a tomar uma forma mais consistente, mas o autor ainda da um tom implícito a magia na obra, não vemos algo muito claro em matéria de fantasia. Mas os feitiços, mistérios e criaturas começam a tomar uma forma mais concreta.

As Crônicas de Gelo e Fogo se tornou minha série preferida, Martin oferece a seu leitor uma narrativa elaborada, fina, inteligente, mas esse é um livro para adultos, o autor não usa de subterfúgios para descrever cenas mais delicadas, ele faz o que é preciso, com uma linguagem clara.

O autor continua com sua personalidade de carrasco, ele não hesita em matar o personagem preferido do leitor, coisa pela qual passei em A Guerra dos Tronos. Martin é imprevisível, fascinante, detalhista, e com certeza um mestre no seu ofício.

A Fúria dos Reis me deixou impressionado, os mesmos personagens complexos, a mesma narrativa forte, e a habilidade inata de surpreender o leitor.

Ao termino de A Fúria dos Reis, só posso dizer que desejo ansiosamente A Tormenta de Espadas, terceiro volume da série.

Confira as capas dos livros lançados no Brasil.