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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Fique comigo (Harlan Coben)

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Livro: Fique comigo
Autor: Harlan Coben
Nº de páginas: 288
Editora: Arqueiro
Série/Saga: -
Nota: 4,5/5







“Muitas pessoas já nascem assassinas, apenas não sabem disso. E como poderiam saber, sem matar ninguém antes?” P. 275

Harlan Coben é sempre leitura obrigatória. A cada livro, o autor mostra a que veio: ser um dos melhores autores de thriller da atualidade.

No Brasil, a editora Arqueiro – responsável pelos lançamentos do autor –  vinha trazendo, nos últimos tempos, os volumes que compõe a série Myron Bolitar. Esta é também uma ótima série, mas, admito, estava um tanto quanto ansioso por uma produção independente. Eis então que me deparo com “Fique Comigo”.

Megan Pierce é uma dona de casa suburbana, com dois filhos, um bom marido e uma bela casa. Contudo, a aparente satisfação e tranquilidade que circunda esse lar tipicamente americano, esconde um passado obscuro da esposa.

Broome é um detetive que há 17 anos persegue incansável a solução de um crime: o desaparecimento de um pai de família. Mas um novo desaparecimento ocorre, na mesma data, e Broome se vê cada vez mais imerso no caso.

Ray Levine foi um dia um fotografo famoso. Agora vive em um trabalho indigno de suas habilidades profissionais; a decadência é fruto de algo em seu passado que nunca deixou de perturbá-lo.

Esses três personagens, Megan, Ray e Broome, para citar apenas estes, são acompanhados de forma ininterrupta por seus demônios. Segredos, casos em aberto, traumas passados e amores sem solução, conformam muito dos seus fantasmas. Mas, há também um casal de jovens – psicopatas - com objetivos e métodos que tornam os piores fantasmas bastante reais.

Três casos aparentemente desconexos e com pontos de convergência obscuros vão se misturando e trazendo a lume um cenário progressivamente misterioso.

Posso dizer que minha necessidade de ler algo independente do Coben foi amplamente satisfeita. Na verdade, é difícil encontrar alguma produção dele que não seja uma surpresa agradável.

Harlan se faz valer não apenas pela capacidade inata de criar histórias intrigantes, e que conduzam o leitor a caminhos cada vez mais tortuosos. Por isso, mas também pela complexidade psicológica de seus personagens. E, ainda, por colocar em questão um submundo americano – e também humano -, que, por vezes, não nós é apresentado.

A mistura dos elementos supracitados, em consonância com a habilidade da escrita, torna as produções de Coben irresistíveis.

Em “Fique Comigo”, Harlan Coben faz valer, mais uma vez, a alcunha dada pelos franceses: “o mestre das noites em claro”. 

“As pessoas precisavam de respostas. Precisavam de um desfecho. A esperança (...) pode ser uma coisa maravilhosa. Mas também pode arrasar alguém dia após dia. A esperança pode ser a coisa mais cruel do mundo.” P. 27 


quinta-feira, 20 de junho de 2013

Cândido, ou o Otimismo (Voltaire)

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Livro: Cândido, ou o Otimismo
Autor: Voltaire
Nº de páginas: 207
Editora: Penguin-Companhia
Série/Saga: -
Nota: 5/5








“[...] mas, é preciso cultivar o nosso jardim.”

François-Marie Arouet (1694-1778), mais conhecido pelo pseudônimo de Voltaire. As contribuições literárias e filosóficas deste distinto autor marcam a produção literária no século XVIII. “Cândido, ou o Otimismo” é um dos grandes sucessos de Voltaire, construindo um conto filosófico de rara espirituosidade.

Na história, somos apresentados a Cândido, residente no baronato de Thunder-ten-tronckh, onde também habitam a deslumbrante Cunegunda, e Pangloss, o maior filósofo de todos, segundo a visão de Cândido. 

Cândido nutre uma atenção, e uma grande paixão, pela jovem e atraente Cunegunda, por Pangloss, ele tem enorme respeito, dada a intectualidade do mesmo.  Contudo, toda essa felicidade é abalada no dia em que Cândido é expulso do castelo a pontapés. A partir de então, uma sucessão de infortúnios se abate sobre essa afável figura e alguns de seus acompanhantes.

Ainda assim, apesar de toda sortidão de desfavores e tragédias, ele guarda consigo o maior ensinamento do mestre Pangloss, de que tudo está o melhor. E mesmo após ser expulso, traído, espancado, preso, e demais desgraças ele continua aferrado a seu princípio; o Otimismo é seu esteio.

Em seu caminho ele encontrará companheiros, como o filósofo Martinho, não tão indulgente com o Otimismo, assumindo uma visão mais severa e cética neste sentido. Os demais, tanto quanto este, avolumam-se em sua jornada para compartilhar, quando não confrontar, qual dele é o possuidor do maior currículo de desgraças acumuladas.

É contra o Otimismo, e o princípio de que tudo está o melhor, que Voltaire se levanta. “Cândido, ou o Otimismo” é uma sátira que tem como objetivo criticar o princípio do Otimismo, pregado por Liebniz anos antes. Nas palavras do próprio Cândido: "O que é otimismo? é a fúria de sustentar que tudo está bem quando se está mal."  p. 83

O determinismo ai presente é fonte durante todo o livro da existência desse Otimismo imorredouro, e além, Voltaire o põe a prova e demonstra que não parece haver, ainda, uma condição de que “tudo está o melhor”, bem como da passividade e da aceitação que ai se encerra. E nesse ponto, sua crítica transcende a oposição à visão filosófica de Liebniz e recaí a sobre sociedade (religião, escravidão, literatura...), que passa também a ser fonte de suas observações cortantes. 

Apesar da possível resistência do leitor devido ao caráter filosófico da obra, para se comprazer com o livro não é necessário encontrar artifícios filosóficos de compreensão. Há na obra de Voltaire - talvez pela desenvoltura da escrita, pela celeridade, o bom humor e o escárnio ressaltado - uma dupla utilidade: a primeira, oferecer aos leitores de forma geral uma oportunidade de uma leitura breve e divertida; e segundo, aos que procuram maior profundidade, uma discussão de inestimável relevância sobre o homem, e o Otimismo. Para ambos os objetivos, o exercício de leitura pode ser acrescido da introdução e análise de entendedores da produção voltariana, contidos no livro. Um trabalho cuidadoso da Penguin-Companhia. 


Ao fim, “Cândido, ou O Otimismo” é um livro cômico, profundo em sua brevidade e constituído de observações afiadas. 
“Acreditais”, disse Cândido, “que os homens tenham sempre se massacrado naturalmente, como fazem hoje? Que tenham sido sempre mentirosos, enganadores, pérfidos, ingratos, bandidos, fracos, volúveis, covardes, enfadonhos, gulosos, beberrões, avaros, ambiciosos, sanguinários, caluniadores, debochados, fanáticos, hipócritas e tolos? “Acreditais”, disse Martinho, “ que os gaviões sempre comeram pombas quando as encontraram?” “Acredito, sem dúvida”, disse Cândido. “Pois bem”, disse Martinho, “os gaviões sempre tiveram a mesma índole, por que quereis que os homens tenham mudado a deles? Oh!”, disse Cândido, “existe muita diferença, pois o livre-arbítrio...” p. 91

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Lançamento - Uma questão de segundos, da série Mickey Bolitar

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A editora Arqueiro já tem a previsão de lançamento, para 1º de julho, de mais um livro do autor Harlan Coben. Trata-se do segundo volume da série Mickey Bolitar, “Uma questão de segundos”.

A série infantojuvenil, que tem como ponto de partida o livro “Refúgio” (resenha), narra às aventuras do jovem Mickey Bolitar, sobrinho de Myron.



Contém spoiler para quem não leu o primeiro livro

        “Ser um herói sempre traz consequências.”  
Antes mesmo que seu tio Myron o alertasse, Mickey Bolitar já havia sentido isso na pele: ao salvar sua ex-namorada Ashley de um mafioso, ele foi espancado e colocou em risco a vida da amiga, Ema. Mas o perigo ainda está à espreita e se revela em um ataque mortal à mansão de uma colega de Mickey. A cidade de Kasselton fica em choque, porém o jovem herói não perde tempo e começa a investigar o caso. Mais uma vez, ele encontra uma estranha ligação com o Abrigo Abeona – uma organização que resgata crianças e jovens, da qual sua vizinha, dona Morcega, faz parte. À procura de respostas, Mickey vai à casa dela, mas percebe tarde demais que o inimigo está no seu encalço. Determinado a proteger os amigos, ele acaba descobrindo os segredos de Ema e se dá conta de que, em sua busca pela verdade, nada é o que parece ser. Nesta trama alucinante, tudo pode mudar em uma questão de segundos.

domingo, 9 de junho de 2013

Promoção Em busca de um final feliz

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Em promoção com a editora Novo Conceito, o Sempre Lendo sorteia o livro Em busca de um final feliz, de Katherine Boo.

Confira a resenha do livro AQUI.





Disposições gerais:

1) Ser seguidor público do blog pelo Google Friend Connect.

2) Ser residente no Brasil.

3) Demais informações nos Termos e Condições do Formulário.
a Rafflecopter giveaway

A promoção vai de hoje, 09/06 até o dia 03/07. O Resulto sai dia 04/07.

O ganhador terá 48horas para responder o e-mail, caso contrário será realizado novo sorteio.

Qualquer dúvida pode entrar em contato pelo twitter, email ou comentários.

Atualização


Com vocês o resultado da promoção Em busca de um final feliz. Agradeço a todos pela participação. E a sorteada foi a Paula Carvalho.

A sorteada cumpriu todas as regras, e tem 2 dias para responder o e-mail enviado, caso contrário será realizado um novo sorteio. 

terça-feira, 4 de junho de 2013

Em busca de um final feliz (Katherine Boo)

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Livro: Em busca de um final feliz
Autor: Katherine Boo
Nº de páginas: 288
Editora: Novo Conceito
Série/Saga: -
Nota: 4/5









As histórias de ficção muitas vezes apresentam elementos da realidade, agregam em seu íntimo personagens, lugares e situações parafraseados. E, por mais verossímeis que sejam seus personagens, suas realizações e mazelas, tudo é encoberto e atenuado por um mundo/situação fictício. De forma tal, que a ficção se justapõe com o mundo real.

“Em busca de um final feliz”, Katherine Boo, rompe com a contrapartida entre ficção e realidade, seu relato é antes de tudo a própria descrição da existência, e, certamente, é por isso que todos os efeitos que a ficção é capaz de nos incutir, na não ficção esses fatores alçam um patamar diferente.

As narrativas que discorrem sobre a Índia, não raro, são permeadas pela descrição rica e cuidadosa do espaço em questão. A desigualdade, o crescimento econômico, o ressurgimento de um novo cenário são lugar-comum. Boo apresenta sobre os auspícios desse mesmo cenário a imagem de uma Índia com matizes diversas, entre as quais uma pérfida e fortemente dramática se avoluma.

Em seu relato - com caráter crônico - a autora apresenta a seu leitor a favela indiana de Annawabi, localizada nas proximidades do Aeroporto Internacional de Mumbai, nesta cidade que é a capital financeira da Índia e uma das maiores cidades do mundo.

Annawabi é uma favela surgida nas esteiras do crescimento de Mumbai. Os investimentos, o progresso pujante, e daí as possíveis oportunidades de trabalho são a causa do surgimento de Annawabi, e outras favelas mais.
“- Tudo ao nosso redor são rosas. – Era como o irmão caçula de Abdul, Mirchi, colocava as coisas. – E nós somos a bosta no meio disso.” p. 16
Esse cenário se estabelece em um contraste marcante pela opulência da grande cidade, em confronto com as condições sub-humanas de Annawabi. Este precário conjunto habitacional é preenchido por uma alegoria de diferentes personagens, e das diferentes formas como se comportam e a constância da pobreza – da miséria – em suas vidas. Somos apresentados a Abdul, o jovem mulçumano que provê a família com o que obtém com o lixo; Manju, a universitária que deseja se tornar professora; Asha, sua mãe, uma mulher preenchida por uma ambição egoísta e pérfida; Fátima, a perna só, uma mulher julgada e discriminada pela sua deficiência, encontra na traição e no sexo seu momento de realização. Estes são apenas alguns dos muitos atores que fazem parte de uma nuance pouco louvável do crescimento (excludente), e como este pode ocorrer no mundo da globalização.

O trunfo de Boo se sustenta pela inegável capacidade que ela teve de imprimir seu relato não ficcional em uma modelo adotado pela ficção. A narrativa parece ao leitor, a priori, a descrição de uma história como outras que são encontradas em vários livros. Mas a questão vai além, trata-se de um relato sensível de uma realidade, em todos os sentidos, triste e injusta. Em um contexto - e ai prevalece novamente à acuidade da autora – no qual ser pobre, e a própria pobreza, age no sentido de manter cada vez mais débil a situação vigente. Soma-se a isso um ordenamento legal e jurídico, desprovido de qualquer equidade, e permeado pela corrupção, de tal maneira que como observou Asha: “corrupção, tudo é corrupção.”
“Entre os pobres não havia dúvidas de que a instabilidade favorecesse o talento, mas, com o passar do tempo, a falta de um elo entre o esforço e resultado torna-se debilitante.” p. 251

annawadi - curatormagazine



Lançamento de Você é o próximo (Gregg Hurwitz)

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A editora Arqueiro vai lançar ainda esse mês, dia 10, “Você é o próximo”, do autor Gregg Hurwitz. Este é o segundo livro do autor lançado pela editora, já tendo publicado Você está sendo vigiado, em 2012.

“Gregg Hurwitz em mais uma excelente performance. Ele mantém o personagem principal (e o leitor) sempre no limite, imaginando o que vai acontecer em seguida e até que ponto as coisas podem chegar.” – Booklist


Mike Wingate, abandonado pelo pai aos quatro anos tendo crescido em um orfanato está finalmente vivendo a vida que sempre sonhou. Está casado, com uma filha de oito anos de idade, e sua empresa de construção está prestes a terminar um conjunto habitacional de sucesso que vai garantir um futuro sólido para todos eles. Mas algo de seu passado, um passado que ele não gosta nem de lembrar, volta trazendo terror para ele e sua família. Pessoas obscuras começam a ameaçar Mike, e quando ele se queixa, a polícia parece mais interessada no passado tenebroso de Mike do que em protegê-lo. Agora, Mike, sua esposa Annabel e sua filha Kat, de repente se veem atacados por todos os lados. Mike então recorre a Shep, um homem perigoso, mas o único amigo verdadeiro de Mike desde os dias de orfanato. Juntos eles vão fazer o que for preciso para proteger a família de Mike contra os homens que estão por trás do aterrorizante aviso: "você é o próximo".