Livro: Fome
Autor: Michael Grant
Nº de páginas: 532
Editora: Galera Record
Série/Saga:
Gone
Nota: 5/5
Michael Grant se
tornou um dos meus autores favoritos. Gone– O Mundo Termina Aqui foi uma leitura sem sombra de dúvidas eletrizante, o
que só fez aumentar minhas expectativas para a leitura desse livro. Mas,
felizmente, o autor conseguiu, mais uma vez, superar minhas expectativas.
A partir desse
ponto a resenha contém Spoiler para quem não leu o primeiro livro.
Após os
conturbados acontecimentos que se sucederam com o súbito desaparecimento dos
adultos as coisas em Praia Perdida ficaram conturbadas, primeiramente se deu
uma desordem generalizada em consonância com uma disputa pelo poder nessa nova
“sociedade” formada por crianças desesperadas.
Com o fim da
sangrenta batalha que ocorreu em Praia Perdida pela tomada do poder, Sam Temple, acabou saindo vitorioso, e agora ele é o prefeito de praia perdida. Enquanto
Caine e sua gangue retornaram para Academia Coates.
Mas muito pior que
qualquer disputa pelo poder, agora o que os atormenta é o espectro da fome.
Depois de se banquetearem com doces e comidas durante os primeiros dias do LGAR,
as coisas chegaram a um momento desolador. Não há mais alimento para se
desperdiçar, e agora, a fome é uma realidade que veio agravar a situação já
conturbada do LGAR.
- Ele está morto, Sam. O que você poderia fazer? Deixar o corpo para os pássaros e os coiotes?
Ele assentiu.
- É. Eu sei. Mas o problema não é esse. O problema é que, quando queimou, o cheiro foi igual ao de carne cozinhando. E eu... - Ele parou de falar, incapaz de ir em frente. Ela esperou enquanto Sam dominava as emoções. – Um garoto de 12 anos, morto, estava queimando, e minha boca começou a encher de água.
Juntamente com
esses problemas começa a ocorrer uma separação entre os garotos “normais” e os
“mutantes”. Essa dissociação cria uma disputa interna no LGAR e é mais um ponto
que vem aumentar as atribuições do prefeito Sam Temple.
A criatura
misteriosa que ficou na obscuridade durante o primeiro volume começa a se
tornar mais evidente, Escuridão, tem sido motivo de decisões conturbadas por
parte de algumas pessoas, e essa criatura tem planos obscuros e contará com a
ajuda de alguns colaboradores para poder sair de sua reclusão.
Michael tem uma
imaginação extremamente fértil, Fome, é uma continuação tão boa quanto o
primeiro volume. É extremamente desconcertante observar como crianças, e aqui o
mais velho tem apenas 15 anos, são capazes de perpetrar atrocidades. Estamos
falando de crianças, quando muito adolescentes, dispostas a cometer os atos
mais absurdos, é quase uma volta a um ser primitivo.
- Ela disse que Tom matou o gato dela. E que depois estava cozinhando o bicho na churrasqueira dos fundos.
Essa nova roupagem
mais obscura, que se apresenta na “pessoa” da Fome, é um ponto muitíssimo
interessante, é curioso ver como a fome pode levar a situações impensáveis.
Os personagens
continuam com a mesma qualidade. O autor soube caracterizar e humanizar seus personagens,
humanos dotados, ou não, de superpoderes tem seus pontos fracos.
Sam tem um desafio
grandioso, gerir crianças, e talvez ele não esteja a altura de suas
atribuições, aliás quem poderia assumir uma situação como essa. O caos aqui é
onipresente.
O final reserva
surpresas impressionantes para o leitor. O autor tem uma narrativa excelente, e
a exemplo do primeiro volume o início de cada capítulo é marcado por
determinado tempo em contagem regressiva, o que só torna a leitura mais
interessante.
Michael não perdeu
o espírito atroz do primeiro volume da série, todo tipo de atrocidade, cenas
desconcertantes, ação em alto nível e um morticínio infanto-juvenil são
ingredientes que completam o enredo desse livro, a fome, é apenas a cereja do
bolo. Portanto, esse não é um livro que vai agradar alguns leitores.
Personagens bem
trabalhados, uma história que promete conquistar o leitor, uma ótima narrativa , e um ritmo eletrizante faz de "Fome" uma leitura mais que indicada.
Série Gone
Fome
Lies
Plague
Fear
Light