Autor: David Malouf
Nº de páginas: 256
Editora: LeYa
Série/Saga: -
Nota: 2/5
A proposta do
livro é interessantíssima, uma releitura da famosa história de Tróia, esse fato
me deixou extremamente curioso e com boas expectativas para a leitura.
Mas devo dizer que
o que eu encontrei foi muito diferente do que eu esperava...
Após o episódio em
que Heitor, herdeiro de Tróia, mata Pátroclo, o amigo de Aquiles, as coisas
tomam rumos obscuros. Cheio de ódio pelo que se abateu sobre seu grande amigo
Pátroclo, Aquiles decide desafiar Heitor para um embate, e mesmo que este seja
um reconhecido guerreiro troiano, a fama e destreza daquele se mostram mais
eficazes e depois que Aquiles derrota Heitor, ele decide levar sua vingança a
um novo patamar, depois de ultrajar o corpo do derrotado ele amarra ele em uma
carruagem e durante onze dias arrasta o corpo de Heitor.
Vendo o corpo de
seu filho sendo diariamente violado, Príamo, rei de Tróia, decide se abster do
seu orgulho e veste a alma de pai, saindo em busca do corpo de seu amado filho.
A trama gira em
torno disso, um pai em busca do corpo do filho, o autor reconta um episódio limitado da guerra de Tróia, haja
vista que esses acontecimentos ocorreram depois de transcorridos 10 anos de
guerra.
Acreditei que
encontraria uma leitura capaz de transmitir toda a grandeza e eloquência do
embate de gregos e troianos, mas não foi o que pensei. Helena, Agamenon, entre
outros importantes atores desse pedaço de história não foram em nenhum momento
citados e explorados.
Minha frustação
pode ser explicada pelo simples fato de ter esperado demais da história e ter
encontrado algo totalmente diferente do que vislumbrei.
- Há coisas – diz ele,
quase num sussurro – de que,
depois que tocamos,
depois que elas nos tocam, nunca
conseguimos nos livrar,
por mais que nos esfreguemos,
por mais alto que os
deuses nos elevem. Em nossas narinas,
o fedor ainda está lá, a
velha fedentina.
A leitura da obra
não é difícil, a narrativa tem até mesmo certo requinte, o autor sabe conduzir
os acontecimentos.
Esse pequeno naco
de história se constitui em alguns momentos de algo sem grandes atrativos, o
que poderia tornar a leitura mais lenta, mas as letras grandes e bem espaçadas acabam
por facilitar essa tarefa.
É um livro que
dependendo do que o leitor espera pode ser interessante, e de qualquer forma o
que melhor que tirar nossas próprias conclusões.